OPEN CALL Bairro das Artes 2019 | Vencedores
— 10.07.2019
Bairro das Artes é uma organização da “Isto não é um Cachimbo - Associação”, sendo um evento de frequência anual, criado em 2010, que visa promover a Arte Contemporânea na Sétima Colina de Lisboa.
Atendendo a que a zona entre o Rato e o Cais do Sodré tem a maior concentração de galerias e espaços de arte contemporânea em Lisboa com actividade regular e programática, esta iniciativa marca a rentrée cultural de Lisboa e é uma referência na arte contemporânea da cidade, ligando os diversos públicos e os vários agentes culturais.
A Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos participa desde 2017 e em 2019 estabeleceu uma parceria com o Bairro das Artes, com o propósito de promover a arquitectura e de a fazer chegar ao grande público.
À semelhança do que aconteceu em 2018 este ano, a Secção Regional do Sul lançou aos seus membros o desafio de apresentarem uma proposta de intervenção no espaço público.
O júri presidido pela Artista Plástica Cristina Ataíde e pelos vogais Maria Rita Pais (arquitecta) e Tiago Casanova (artista), reuniu no dia 17 de Junho pelas 10h30 na Sala Porfírio Pardal Monteiro na Sede da Ordem dos Arquitectos com o objectivo de avaliar as propostas submetidas ao Call lançado para a 10ª Edição do Bairro das Artes, que acontecerá no dia 19 de Setembro de 2019.
Das propostas analisadas o júri decidiu atribuir a seguinte classificação:
Vencedor do Open Call - Bairro das Artes 2019:
“Bairro das Sombras” por Catarina Croft com Amílcar Nunes.
Excerto de texto retirado da acta de reunião sobre a proposta vencedora :
"O projecto vencedor acentua a abordagem ao bairro como uma estrutura fundamental na cidade e relembra os já pouco visíveis, estendais de roupa a secar.
Importante é a possibilidade de deriva pela cidade e a aproximação à poética dos lugares.
As instalações propostas são de fácil execução e o júri recomenda que se mantenham enquanto estiverem em boas condições.
A parceria com outros grupos artísticos, de teatro, performativas, etc, fazendo parte da proposta, parece-nos fundamental para atingir cabalmente os critérios de “integração no contexto do Bairro das Artes”.
Descrição:
Bairro das Sombras
A memória de uma cidade. Lisboa. A sua luz, a roupa branca estendida sobre as ruas. As pessoas que vivem nas varandas, na rua, nos espaços interiores. O bairro, os seus acontecimentos. A luz e a sombra. Um teatro de vidas.
3 peças, em 3 lugares, com 3 acontecimentos, posicionados estrategicamente na topografia da cidade valorizando 3 elementos urbanos característicos de Lisboa: a escada, a praça e a água.
Um deambular que promove a descoberta do Bairro das Artes.
Teatros de Sombra.
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Menções Honrosas:
1ª Menção Honrosa | Open Call Bairro das Artes 2019:
“Disputa” por Paulo Pina e Frederico Oliveira Vaz
DISPUTA | pequeno texto explicativo:
Entre o miradouro de São Pedro de Alcântara e o Largo Trindade Coelho é anunciado o conflito que revela a sobreposição espacial, onde duas entidades reclamam um lugar comum, um acidente urbano que põe em confronto dois propósitos opostos, um que se afirma pela permanência e outro pela transição.
Com o objectivo de por o lugar em evidencia, a proposta convida o espectador a uma reflexão, e oferece um incentivo a participar nessa experiência do espaço que fica entre. Gera-se uma entropia assente numa incerteza identitária.
A linha vertical para existir ganha espessura e materializa-se através de um varão de ferro maciço de 25 mm de secção e 2500 mm de altura e fixa-se na calçada ocupando o espaço de uma pedra.
2ª Menção Honrosa | Open Call - Bairro das Artes 2019
“Espaço mínimo” por Tomás Reis
3ª Menção Honrosa | Open Call - Bairro das Artes 2019
“Ver com outros olhos” por Carla e Cássio Carvalho e Carla Paoliello
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Júri do Open Call - Bairro das Artes 2019:
Cristina Ataíde | Tiago Casanova | Maria Rita Pais
- Cristina Ataíde:
Vive e trabalha em Lisboa. Licenciada em Escultura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e frequentou o Curso de Design de Equipamento da mesma escola. Foi professora convidada da Universidade Lusofona de 1997 a 2012.
Foi co-fundador e diretora de produção de Escultura e Design da MadeIn, fabrica de transformação de mármore em Alenquer de 1987 a 1996 onde trabalhou com vários artistas nacionais e estrangeiros como, Anish Kapoor, Michelangelo Pistolleto, Matt Mulican, etc. Foi a fundadora (2005) do coletivo artístico Laboratório que fez vários projetos expositivos em Portugal.
Expõe com regularidade desde 1984 e as instalações e o site-specific, ocupam um importante lugar nas suas mostras. A sua obra, feita muitas vezes em viagem, transita entre a escultura e o desenho passando pela fotografia e vídeo. As preocupações com natureza e sua preservação é uma das constantes do seu trabalho e pesquisa. A estética relacional está cada vez mais presente nas suas intervenções publicas.
Participa regularmente em projetos culturais, como a curadoria, artes performativas, conferências, júris e workshops com que gosta de complementar as suas mostras.
Recebeu vários prémios e bolsas.
Faz regularmente residências artísticas, pois é uma forma de conhecer mais profundamente, se relacionar e interagir com os lugares e as comunidades.
Presente nas seguintes coleções publicas:
Coleção Centro de Arte Modena, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Coleção da Caixa Geral de Depósitos, Culturgest, Lisboa; Coleção António Cachola, Elvas; Coleção da Fundação PLMJ, Lisboa; Coleção Fundação Vítor e Maria da Graça Carmona e Costa, Lisboa; Coleção Novo Banco, Lisboa; Coleção Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada; Coleção do Museo de Arte Contemporáneo Unión Fenosa, La Coruña, Espanha; Coleção do Centre d’Art Contemporain d’Essaouira, Maroc; Museu Afro Brasil, Coleção Emanoel Araujo, São Paulo e Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, Brasil.
É representada pelas seguintes Galerias:
Galeria Belo-Galesterer, Lisboa; Galeria Quattro, Leiria; Galeria Magda Bellotti, Madrid; Galeria Andrea Rehder, São Paulo, Brasil e Galeria Ybakatu, Curitiba, Brasil.
- Tiago Casanova:
Tiago Casanova (Madeira, 1988) tem formação superior em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), onde fundou em 2010 a Scopio Magazine. Em 2013 fundou a livraria e editora XYZ Books, e em 2014 A ILHA (Galeria e Espaço Cultural), e tem exposto o seu trabalho em exposições individuais e colectivas desde 2005. Em 2012 foi um dos vencedores do Prémio Bes Revelação, em 2014 o seu trabalho recebeu uma menção entre os melhores trabalhos no Plat(t)form - Fotomuseum Winterthur e em 2015 recebeu o prémio especial do júri no Festival A 3 Bandas, em Madrid. É representado pela Galeria Carlos Carvalho. Vive e trabalha em Lisboa.
- Maria Rita Pais:
Maria Rita Pais é arquitecta, professora, investigadora e curadora. Licenciada e doutorada pela FAUTL e mestre em Construção pelo IST (2004). O seu tema de investigação centra-se nos espaços de habitar na segunda metade do século XX, suas vertentes projectuais, experienciais e editoriais. Lecciona no IST, Parq-EUVG e Arca, e actualmente na ULHT. Participa em projectos de investigação internacionais, conferências, publicações cientificas e workshops. É peer review em júris internacionais e sub-Directora do Doutoramento em Arquitectura na ULHT. É editora Lusófona Journal of Architecture and Education e da Baú. Realiza projecto de arquitectura incluindo publicações e prémios internacionais. Co-comissaria o Habitar Portugal 2009-2011/ Ordem dos Arquitectos, o Open House Lisboa 2017 / Trienal de Arquitectura de Lisboa e o projecto artístico Viagem ao Invisível - DGArtes, 2016-19.