ACTUALIDADE | Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos quer levar arquitectura às escolas e pôr os mais pequenos a pensar o espaço
— 09.06.2019
A arquitectura explicada de forma "leve e lúdica" é a base do projecto vencedor de um concurso lançado pela Secção Sul da Ordem dos Arquitectos que quer pôr crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo a pensar e trabalhar o espaço público.
Paula Torgal, presidente da Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul, disse à Lusa que acredita no potencial do projecto vencedor para contribuir para uma educação em arquitetura e para "a dignificação e valorização da profissão de arquitecto", esperando agora conseguir o apoio do Ministério da Educação para implementar o projecto já a partir do próximo ano lectivo, em pelo menos uma escola, num modelo de projecto-piloto.
A candidatura vencedora propõe um trabalho assente em workshops que vão acompanhar e desenvolver todas as fases do projecto, começando pela selecção do espaço a trabalhar.
"A ideia é através de uma conversa colectiva, começar a criar uma discussão com as crianças, muito prática e muito simples, para mostrar alguns exemplos da arquitectura, do que significa algumas experiências de edifícios, de espaços públicos, tentar explicar o que isso significa na vida, no quotidiano delas. E depois perguntar sobre o espaço da escola de forma simples. Quais são os espaços que formam a escola? Ou seja, nós estamos dentro de uma sala de aula, depois temos um corredor que levam a um pátio. O que se faz no pátio? Quais são as funções de cada lugar? Quem utiliza a sala? São os alunos? Os professores? Quem utiliza o pátio, de que forma utiliza?", exemplificou a arquitecta.
A partir desse "pequeno jogo" pretende-se que as crianças vão descobrindo aquele que é o seu primeiro espaço público por excelência, a escola, e que pensem sobre ele, associando-lhe funções, utilidade, mas também sensações, fazendo-as refletir sobre os espaços onde se sentem melhor, mais confortáveis e porquê, e sobre as características que podem implicar segregação.
"[Pretende-se] olhar para esse espaço com alguns conceitos de arquitectura, nomeadamente a temperatura, a textura, o que é que isso promove no bem estar deles, entender se há algum espaço que acaba por segregar, perceber se há alguém que não se sente bem naquele espaço e porquê", disse Sara Vargues, que explicou ainda que o projeto não é apenas teórico e quer levar as crianças a 'pôr as mãos na massa'.
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