"Viagem ao Invisível" vence Open Call Viagem Pop-Up

A proposta "Viagem ao Invisível", comissariada pelos arquitectos Maria Rita Pais e Luís Santiago Baptista, venceu o Open Call para a selecção do Comissariado: Viagem Pop-Up.

O júri, constituído pelos arquitectos Gonçalo Canto Moniz, Susana Ventura e Pedro Bandeira, foi unânime ao atribuir a 1º prémio à proposta vencedora.

De acordo com os jurados trata-se de "uma viagem com argumento forte e que propõe uma matriz de leitura em cada obra". Para além de "não ser óbvia", a "Viagem ao Invisível" só pode ser "organizada colectivamente, convidando à permanente reflexão. Interessa a diversidade temporal e espacial dos casos de visita, com base em obras incomuns (ou 'marginais'), que permitirão várias interpretações subjectivas e, com estas, trazer à superfície qualidades da própria arquitectura portuguesa, na relação desta com o território, com os modelos e com a apropriação, que não pertencem a uma linha histórica privilegiada", lê- no relatório do júri.

Para além do primeiro prémio, o júri deliberou atribuir ainda uma Menção Honrosa à proposta "Revisitar Fernando Távora", um roteiro que considerou estar "bem estruturado, deixando antever a riqueza da viagem em termos pedagógicos e para a própria investigação da prática de projecto". Apesar de "a visita centrar-se nas obras de Fernando Távora, sobejamente conhecidas, existem, igualmente, vários momentos em que se olha ou visitam outras obras ou pedaços de cidades, que detiveram um papel importante na obra e no pensamento de Fernando Távora".

A "Viagem ao Invisível" propõe "uma reflexão em torno da cultura visual da arquitectura, num tempo em que a imagem, proliferando de forma generalizada e, muitas vezes tendencializada em formas visuais mais ou menos superficiais, interfere directamente com a produção arquitectónica". O enfoque visual, lê-se na proposta vencedora, "é, no entanto, uma das ferramentas mais interessantes do trabalho da prática projectual, desde o da memória até ao da representação espacial, passando pelo processo criativo, ele próprio trabalhando o empenho visível do desenho do espaço." E acrescenta: "Já fora do processo de criação, a imagem é uma das expressões arquitectónicas do objecto e, neste sentido a sua própria comunicação".

O mapa-roteiro da "Viagem Invisível", que terá a duração de 3 dias, percorre as seguintes obras:

- Panóptico do Hospital Miguel Bombarda (Lisboa) de José Maria Nepomuceno (1892-1896);

- Casa em Caxias de João Andersen e Cassiano Barbosa (1953);

- Forte de Santo António da Barra do arquitecto napolitano Frei Giovanni Casale (1590);

- Pedreiras de Vila Viçosa;

- Mosteiro da Cartuxa (Évora) de Felipe Terzi e Giovanni Casalli (1587-1598);

- Mosteiro da Orada de João Calvário (1700-1741);

- Aldeia da Luz de João Figueira (2002);

- Minas de São Domingos;

- Casa da Quinta da Comenda na Arrábida de Raúl Lino (1902);

- 8ª Bateria do Regimento de Artilharia de Costa na Arrábida;

- Hotel das Arribas na Praia Grande de Raul Tojal e Manuel Coutinho de Carvalho (1961);

- Casas do Rodízio de Keil do Amaral, Adelino Nunes, Raul Tojal e Faria da Costa (1941-1943);

- Pavilhões do Hospital Termal das Caldas da Rainha de Rodrigo Maria Berquó (1901-)

- Casas em Santa Isabel de Ricardo Bak Gordon (2011);

- Panorâmico de Chaves da Costa (1968).

O Open Call para Comissariado de Viagem Pop-Up é uma iniciativa do Conselho Regional de Admissão do Sul que se destinou aos membros da Ordem dos Arquitectos (OA) vinculados a Universidades que desenvolvam formação em Arquitectura na área geográfica da SRS, com o objectivo de seleccionar uma equipa para comissariar um roteiro de viagem no âmbito da promoção da arquitectura.

Consulte aqui o Relatório do Júri e mais informações aqui