Debater o turismo de massas na Madeira
— 12.11.2015
Sob o título, «O Resto é Paisagem», a Delegação da Madeira da Ordem dos Arquitectos levou a cabo no passado dia 31 de Outubro uma conferência, integrada nas comemorações da Semana da Arquitectura, onde se pretendeu debater o tema da paisagem e que contou com a presença de diversos especialistas na matéria, designadamente Teresa Andresen, João Queiroz e Pedro Maurício Borges.
A conferência debruçou-se sobre o advento do turismo de massas que, na Madeira, teve início na segunda metade do século XX, dando lugar a profundas transformações no território insular. Nas últimas décadas, a expansão urbana desordenada, os avultados investimentos em vias rápidas e as pesadas intervenções na orla marítima, degradaram muitas áreas agrícolas e costeiras, pondo em causa o seu valor paisagístico e produtivo.
Da paisagem humanizada que
fascinou os primeiros viajantes e turistas de oitocentos
subsistem hoje apenas áreas residuais. Elas continuam, todavia, a
evocar a memória nostálgica de um passado onde parecia haver
algum equilíbrio entre as características naturais do território e
a actividade humana que nele se exercia.
O encontro debateu algumas das mais
prementes interrogações que este problemática hoje coloca: Que
destino está reservado à paisagem humanizada do arquipélago?
Deverá ela ser regenerada (ou protegida se for caso disso)? Que
papel lhe cabe na industria turística dos nossos dias? Como gerir os
múltiplos intervenientes que sobre ela actuam?