Rui Alexandre, presidente do CDRS (2014-2016)

— 11.01.2017

Iniciámos este mandato com um programa bem definido e objectivos concretos, com o tema da "Encomenda" no centro das nossas preocupações. Começámos por realizar um encontro com diversos agentes com vista a delinear a melhor estratégia para o implementar de forma assertiva e coerente.


Deste encontro surgiram diversos projectos, entre eles o programa Escolha—Arquitectura, que se desenhou como a "espinha dorsal" da nossa actuação. Este programa, cujo objectivo foi colocar o arquitecto no centro do debate, articulou diversas acções de forma concertada: uma grande exposição no CCB retrospectiva dos principais concursos em Portugal desde o início do século XX; o lançamento de vários Concursos Temáticos que contribuíram para a reflexão sobre contextos e necessidades pertinentes e urgentes; um conjunto de vídeos que se assumiram como um repositório de Boas Práticas de projecto e de relação entre arquitectos e clientes; um Directório de arquitectos para que seja fácil para um cliente encontrar aquilo que procura e um Simulador de Custo de Obra que o ajude a estimar um valor aproximado da intervenção que pretende levar a cabo. Todo este conjunto de acções foi norteado pela motivação de despertar a sociedade para o papel incontornável do arquitecto no desenho e qualificação do espaço nas suas dimensões social, económica e cultural.

Paralelamente, desenvolvemos outros projectos com o objectivo de reforçar a capacidade técnica e a competitividade dos nossos membros: liderámos o processo de implementação do Portal dos Arquitectos; lançámos a Plataforma da Encomenda; publicámos os Cadernos Técnicos e disponibilizámos a Calculadora. Ainda que não substitua a tão reivindicada tabela de honorários, este último projecto vem finalmente dar uma resposta ao problema da ausência de referências para a construção de uma proposta de honorários estruturada. Com ela ajudamos a calcular os custos do trabalho e todas as suas variáveis, relacionando-os com o número de horas a atribuir a cada fase de um projecto. Estamos convictos que esta ferramenta se tornará valiosa e incontornável na gestão dos ateliês.

Ainda que muito haja para fazer, implementámos os projectos a que nos propusemos e alcançámos os nossos objectivos. Dotámos os arquitectos de melhores condições para exercerem o seu trabalho e simultaneamente reforçámos a sua presença no espaço público, dando-lhes visibilidade e credibilidade.

Acabo este balanço com um agradecimento a todos os que nos ajudaram a implementar estes projectos, à equipa empenhada de funcionários da SRS e a todos os que nos incentivaram ao longo destes anos. Agradeço também a todos os que com as suas críticas, positivas ou mais inconformadas, nos ajudaram a melhorar, a buscar uma cultura de exigência e a recentrar as energias no que realmente interessa: os arquitectos.


Até breve,

Rui Alexandre