Festival do Silêncio vai passar pela Ordem dos Arquitectos

— 08.06.2016

Durante quatro dias o Festival do Silêncio vai invadir o Cais do Sodré, mobilizando para cima de 50 entidades locais, Ordem dos Arquitectos incluída. Homenageando a escritora Ana Hatherly, vai explorar as possibilidades da palavra “Fronteiras” através de conversas, performances, cinema, música, exposições, conferências – no total, cerca de uma centena de actividades. Tudo de entrada livre.

De 30 de Junho a 3 de Julho, o Cais do Sodré, na área compreendida entre o fim da Rua da Boavista e o limite da Rua de São Paulo, vai ser apropriado pelo Festival do Silêncio, já na sua sexta edição, este ano organizada em torno da palavra “Fronteiras”.

É uma área que se percorre a pé em menos de 20 minutos mas que comporta uma miríade de entidades – cafés, restaurantes, bares, discotecas, galerias, instituições e agora também o pólo cultural das Gaivotas e o Teatro Praga -, todas disponíveis para acolher uma programação vasta.

O Festival do Silêncio é, sumariza o seu organizador Gonçalo Riscado, “dedicado à palavra e pluridisciplinar, parte da premissa que a palavra é a unidade de criação e coloca a palavra no cruzamento com todas as outras artes”. Mas “não só a unidade de criação das artes, mas a palavra como organizadora do pensamento, elemento estruturante que nos põe em contacto com os outros”, acrescenta.

Esta questão é fundamental para uma iniciativa que se pretende “participativa, que tome conta de um bairro, de uma comunidade”, não só de quem lá trabalha mas de quem lá vive.

Neste particular, Gonçalo Riscado destaca, da vasta programação prevista, o “Palavras à Janela” que repete este ano o convite moradores para que “coloquem uma palavra em cada varanda e articulando-se com os vizinhos construam uma frase”.

Haverá portanto frases nos prédios mas também individuais nas mesas dos restaurantes com jogos de palavras, diálogos entre poetas e fotógrafos e uma conferência ao ar livre na Praça de São Paulo dedicada à palavra-mote do festival “Fronteiras” com a participação, entre outros, do filósofo francês Étienne Balibar , da poeta, escritora e activista galega Chus Pato e do jornalista José Goulão.

Para Gonçalo Riscado “um festival desta natureza é importante aqui, porque chama pessoas para virem conhecer pessoas e coloca as pessoas dos bairros a falar entre si. O festival propõe outra forma de viver fora da animação nocturna, faz sentido que este bairro, historicamente vocacionado para o comércio e os serviços, não perca de vista o seu valor cultural”.

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